Brasil ganha espaço no ranking mundial de cooperativas: 12 estão na lista. A brasileira mais bem posicionada integra a carteira de clientes da De Rose

Notícias - 24/07/2024 às 09:06

Brasil ganha espaço no ranking mundial de cooperativas: 12 estão na lista. A brasileira mais bem posicionada integra a carteira de clientes da De Rose

      A participação nacional cresceu entre as 300 maiores cooperativas do mundo, segundo o relatório do World Cooperative Monitor 2023. Agora são 12 no levantamento, feito com base no volume de negócios relativos a 2021, contra o ano anterior. Além das três novas que ingressaram na lista, oito das que já estavam no ano anterior melhoraram suas posições. Apesar de cair do 31º lugar para o 34º, o Sistema Unimed, de saúde, segue a brasileira mais bem posicionada.

 

     Na sequência, vem a Copersucar, em 43º lugar, uma das maiores exportadoras de açúcar e etanol do Brasil. Entre as primeiras, duas cooperativas de crédito se destacam: Sicoob (124º) e Sicredi (130º), com um patrimônio líquido de R$ 38,9 bilhões.

 

     A presença das brasileiras no ranking reflete o nível de desenvolvimento e capacidade de investimento em tecnologias que o setor atingiu, diz o pesquisador e coordenador do curso de cooperativas da FGV Educação Executiva, Marcello Romani Dias. Para essas organizações da área de crédito ou do agronegócio, digitalização, inteligência artificial e agricultura de precisão já são realidade.

 

— Na agricultura 4.0, por exemplo, uma parte das pioneiras no uso dessa tecnologia são empresas multinacionais tradicionais, e outra parte são algumas dessas cooperativas.

 

     Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), há no país 4.693 cooperativas em mais de 1.400 municípios, com 20,5 milhões de associados. A movimentação do setor cresceu 25% em 2022 (último dado disponível), para R$ 655,5 bilhões. Já os ativos totais atingiram R$ 996,7 bilhões, alta de 27% sobre 2021.

 

                                                                Burocracia inibe alta
     Para Dias, no entanto, há ainda uma grande diferença entre as organizações nas diferentes áreas. 

 

    — Nas cooperativas do agro há um abismo entre as menores e as gigantes que estão no ranking internacional. A força econômica vai estar diretamente relacionada a essa capacidade de investir em tecnologia e digitalização.

Apesar do bom desempenho das brasileiras, que reflete a expansão do cooperativismo no país, o Brasil ainda está longe dos líderes do ranking: Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Holanda e Itália.

 

     O francês Groupe Crédit Agricole ocupa o topo, seguida pelas alemãs Rewe Group e Cooperative Financial Network Germany. O volume de negócios das 300 maiores cooperativas ultrapassou os US$ 2,4 trilhões, uma alta de quase US$ 300 bilhões em relação ao ano anterior. A maioria das listadas opera no setor agrícola, de seguros e comércio atacadista e varejista.

 

     Entre as nacionais, os setores que tiveram maior crescimento por volume de negócios foram agronegócio e crédito. A Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) foi a que mais se destacou, subindo 117 posições, para o 155º lugar. O número de cooperativas ligadas ao agronegócio no levantamento passou de seis para nove.

 

Fonte: Portal do Cooperativismo/ https://cooperativismodecredito.coop.br/2024/07/brasil-ganha-espaco-no-ranking-mundial-de-cooperativas-12-estao-na-lista/